“Viajar é mudar a roupa da alma.” Mário Quintana

É pensando nisso que faço escolhas por viagens sempre que posso, e quando não posso, dou um jeito de poder. Sou uma daquelas pessoas que reconhece que a única coisa que veio e vai comigo é, de fato, minha alma, portanto, rendo todas as homenagens possíveis a ela. Não se trata de verdade absoluta, é a minha verdade.

Com esse espírito parti para comemorar e sobre tudo agradecer mais uma volta ao SOL, viajando para um lugar maravilhoso, com a minha melhor parte nessa vida, minha FILHA! Escolhemos a Itália e fomos para Cinque Terre, uma região da Ligúria.

Cinque Terre é formado por cinco vilarejos lindos, encruados nos penhascos e banhados pelo Mediterrâneo, formando paisagens de tirar o fôlego. São casinhas de pescadores que seguem uma paleta de tons pastel, e por vezes parecem desafiar a própria gravidade, com barquinhos brancos e azuis a beira do mar, dando uma característica muito charmosa e peculiar.

O dia em que estávamos em Vernazza (um dos vilarejos), caiu uma tempestade daquelas, então comentei com minha filha sobre a enchente em 2011 que deixou mortos e muitos prejuízos por lá. Ela mais do que depressa buscou no Google informações sobre o ocorrido, e foi aí que conheci o trabalho espetacular da Guia Margherita Ermirio, que se tornou uma defensora da restauração e preservação de uma arte antiga, que são os terraços. Através de um projeto para a juventude patrocinado pela Unesco, ela ensina aos jovens a importância de ajudar na recuperação dos muros que dão o ar pitoresco dessa região, bem como, “propicia cultivar a terra, com vinhedos e pomares de macieiras e limoeiros. Os muros de pedra permeável de centenas de anos que margeiam essas terras são vitais para a sobrevivência de Cinque Terre. Eles também absorvem a água da chuva, ao mesmo tempo que permitem que o excesso escorra lentamente pela encosta, evitando que a terra se perca, além de evitar que essas construções únicas e improváveis desmoronem e caiam no mar.”

Margherita é uma dessas pessoas que se colocam a serviço do bem comum, pois ela conseguiu mobilizar os cinco vilarejos, na direção de uma ação para a SUSTENTABILIDADE da vida na região e ainda de quebra, nos brinda com a possibilidade de continuarmos apreciando essas belezas de Cinque Terre.

Dentro do conceito da SUSTENTABILIDADE e dos 17 ODS, eu considero que o que temos de mais importante a fazer, é descruzar os braços e agir.

São inúmeras possibilidades!

E por falar nisso, devo deixar aqui uma prática que tento fazer nas minhas viagens. Eu escolho os alojamentos locais que estejam em acordo com alguma ação ou selo de sustentabilidade. Sempre que possível, busco pagar taxas nos transportes para diminuir a pegada ecológica de uma viagem de avião, ou de ônibus… Tento manter sempre o bom senso e consumir somente o necessário fazendo as melhores escolhas, utilizando produtos locais. E claro!! Sigo as regras de separação dos resíduos SEMPRE!

Não é que Mário Quintana tem mesmo razão?! Além de poder guardar no meu coração aquelas paisagens lindas, aprendi e confirmei que de fato temos todas as soluções nas nossas mãos. Quando nos colocamos a serviço do coletivo, conseguimos resolver os problemas que nós mesmos criamos.

É muito importante que saibamos conservar, regenerar, cuidar…. tudo no final das contas se resume em formas de AMOR.

“Seja você a mudança que deseja para o mundo”! AME!

 

Acesso ao conteúdo na íntegra em: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/italia-recupera-terracos-para-evitar-deslizamentos-em-povoados-centenarios/

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