No livro “World Happiness Report”, sobre FELICIDADE, traz para discussão o quanto os seres humanos são uma espécie extremamente pró-social e têm como característica a preocupação e a Felicidade na assistência à família, aos amigos e até dos estranhos. De certa forma a solidariedade mesmo quando envolve custo, traz felicidade para quem pratica.
Acho que de alguma forma a pandemia tem mostrado que de fato somos mesmo uma espécie extremamente pró-social e que o afastamento que a pandemia propõe é um problema.
A pandemia tem nos mostrado as diferenças abissais no que diz respeito ao desenvolvimento humano e suas condições de vida.
Uma forma de medir as tais diferenças se dá através do indicador IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
Em uma publicação pela ONU do IDH referente ao ano 2020, verifica- se que os 17 Objetivos do desenvolvimento Sustentável (17 ODS), estão totalmente alinhados com a realidade em que as pessoas e o planeta entram numa época geológica nova, requerendo um redesenho dos caminhos para trilharmos na direção do progresso.
De acordo com o relatório da ONU, para calcular o IDH o, Pnud, inclui variantes como as taxas de CO2, as emissões que causam o efeito estufa e a medição da pegada de carbono dos países. Interessante não acham? Quem diria que o IDH teria essa pegada?
Entre várias dados e informações importantes o relatório conclui que “o cenário de desenvolvimento global mudaria se o bem-estar das pessoas e do planeta fossem centrais na definição do progresso da humanidade.” Essa conclusão se deu em função dos dados que forma levantados sobre as condições de vida dos humanos no mundo. O relatório também aponta a necessidade em “trabalhar com e não contra a natureza, enquanto se transformam normas sociais, valores e incentivos governamentais e financeiros.”
Mas como estamos na realidade? Mais de 700 milhões de pessoas , ou 10 por cento da população mundial, ainda vivem em extrema pobreza hoje, lutando para atender às necessidades mais básicas, como saúde, educação e acesso a água e saneamento, para citar alguns. Em todo o mundo, a taxa de pobreza nas áreas rurais é de 17,2 por cento – mais de três vezes maior do que nas áreas urbanas.
8% dos trabalhadores empregados e suas famílias em todo o mundo viviam em extrema pobreza em 2018. Uma em cada cinco crianças vive em extrema pobreza.
De acordo com relatório emitido por Credit Suisse Global Wealth – Databook 2021, 1,1% da população mundial detém 45,8% de riquezas e 55% da população mundial se encontra na base da pirâmide com 1,3% das riquezas.
Nossa!! Temos que arregaçar as mangas e trabalhar muito! Mas como?
Talvez seguindo bons exemplos, como é o caso da Costa Rica, pequeno país da América Central que nos dá uma aula de simplicidade e bom senso.
Podemos entender melhor através de índices que medem a FELICIDADE.
No Dia Mundial da Felicidade (20 de março) a ONU libera anualmente o ranking dos países mais felizes do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a Finlândia levou o título para casa (20/03/2019).
Segundo o professor John Helliwell, co-editor do relatório “o relacionamento que as pessoas tem com o governo, os nativos e os imigrantes são fundamentais para uma boa colocação no ranking. A Finlândia não é feliz só porque seus nativos são felizes, mas também porque os imigrantes se sentem bem lá. “Não se trata de DNA finlandês. É a maneira como a vida é vivida nesses países”.
Aliás, os 10 países do topo mostram bastante estabilidade, já que são os mesmos há quatro anos – só mudaram de posição entre si. Em 2019, esse foi ranking:
Fugindo à regra aparece a “COSTA RICA”, pequeno país da América Central que ocupa uma posição de destaque no mundo quando o assunto é FELICIDADE, ocupa o 12° lugar neste ranking mas figura com melhores posições em outros rankings, como no Índice de Planeta Feliz criado em 2008, utilizando três medidas: quão felizes são seus cidadãos, quanto tempo eles vivem e quanto dos recursos do planeta cada um deles consome.
A Costa Rica desde 1948, aboliu suas forças armadas, direcionando os recursos para a EDUCAÇÃO e SAÚDE. O governo garante que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde e educação, e o país promove ativamente a paz ao redor do mundo.
“Sua Universidade da Paz, estabelecida em 1980, oferece um mestrado em estudos de paz e conflitos, bem como workshops contínuos – como um recente sobre responsabilidade corporativa oferecido a executivos de negócios internacionais.”
O interior da Costa Rica é cercado por algumas das mais belas e biodiversas paisagens do mundo. O governo desse minúsculo país pretende mantê-lo assim.
Assim, quando a New Economics Foundation lançou seu segundo Happy Planet Index, um ranking de países baseado em seu impacto ambiental e na saúde e felicidade de seus cidadãos, o spot No. 1 foi para a Costa Rica, com população de 4 milhões.
Talvez o COMO resida exatamente aqui, no fato da Costa Rica ser um país de renda média em que os cidadãos tem tempo livre e podem cultivar suas relações sociais e familiares justamente porque “Um nível médio de renda permite que a maioria dos cidadãos satisfaça suas necessidades básicas.
Os costarriquenhos, não entraram na “corrida por status e consumo conspícuo.” (Mariano Rojas, professor de economia da Costa Rica)
Enquanto a Costa Rica é o país mais feliz da América Latina, o Brasil amarga o 4º lugar nesse ranking regional – e o 32º no geral.
Dá para virar o JOGO?
O Brasil está hoje na contramão da felicidade quando o assunto é o Meio Ambiente, a questão SOCIAL incluindo a EDUCAÇÃO e a SAÚDE.
Que tal assumirmos as rédeas deste desafio buscando colocar em prática os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável? Eles estão alinhados com as premissas da FELICIDADE e oferecem o cardápio perfeito para um banquete em que TODOS, sem exceção, possam degustar de tudo com parcimônia e respeito, na busca pelo propósito de garantirmos a perenidade da nossa espécie.
Por Sorahya Sacramento associada ao Rotary Club de Engenheiro Paulo de Frontin, Presidente das Comissões de: Projetos Humanitários e Meio Ambiente.