Escolhas

Refletindo e preparando uma palestra sobre Economia Circular e a responsabilidade de cada um com seu próprio consumo, me fez pensar sobre o peso das nossas escolhas diárias. Me deu uma sensação de impotência muito grande, porque eu própria não faço, por vezes, as melhores escolhas. Tem situações que acabo consumindo algo que de fato não sei a procedência e ainda tenho resquícios de uma cultura muito forte que segue pela linearidade.

Ser linear! O que isso significa? Será que por exemplo a necessidade da maioria, e principalmente os mais jovens, de consumir de forma igual, ou seja, se meu amigo tem o último modelo do Iphone, eu também TENHO que ter. O que também me remete ao Marketing que é feito para convencer cada um a consumir os produtos, mesmo não sendo uma necessidade.

Não é fácil fazer escolhas. O mundo está de uma tal forma ligado, ancorado em uma economia linear que nos remete a consumir sem precisar, usar e descartar, sem o entendimento sobre tudo que envolve a produção e a economia linear, mas isso acontece em último caso, mas… acontece.

Será que quando consumimos, paramos para pensar o porquê de termos acesso a tantas coisas enquanto mais de 50% da população mundial se encontra em estado de insegurança alimentar. Será que estamos ligados nas guerras que ainda estão em curso, o que de fato as motiva, incluindo a guerra entre Rússia x Ucrânia em 2022?

 

Nossas escolhas de consumo determinam o crescimento deste ou daquele movimento que SEMPRE ocorre por interesses que nunca representam a maioria e sim determinados seguimentos da sociedade que tem seus próprios interesses.

Como podemos mudar alguma coisa?

Minha reflexão!

Olho para os 17 Objetivos do desenvolvimento Sustentável da ONU em que,

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.”

(https://brasil.un.org/pt-br/sdgs)

e penso que seria tão mais fácil se todos estivéssemos ligados e entendendo nossas responsabilidades, não acham?

Pois é! Para acontecer algum movimento na direção da mudança, só temos uma possibilidade, que cada um assuma as próprias responsabilidades perante as próprias escolhas. Que cada um faça a própria reflexão sobre todas as mudanças de hábitos que possam fazer para sair da linearidade de produção e consumo.

Alguns exercícios simples podem fazer a diferença, como, eu não preciso consumir na mesma medida que o meu vizinho e tão pouco eu devo me colocar como massa de manobra dos efeitos que o Marketing exerce sobre todos. O marketing é fantástico, mas não pode se sobrepor à minha vontade, ao meu discernimento e as minhas necessidades, de fato.

Quando a ONU coloca que “apoiam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil”

Ela se propõe a junto com seus parceiros no Brasil trabalhar para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “São 17 objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo.”

 

Eu entendo que a parcela que me cabe é imensa, pois sou eu quem defino o que devo ou não consumir, como eu escolho viver (estilo de vida), como eu me posiciono politicamente, como eu busco as informações necessárias que possam contribuir com o meu entendimento sobre aquilo que posso, mas não devo, aquilo que posso, mas não é necessário, daquilo que devo escolher.

 

Os 17 ODS são por si só, uma gestão clara de mudança de comportamento por parte daqueles que até hoje tem praticamente todos os ODS atendidos na própria vida. É o entendimento que todos somos continuação de um grande sistema interdependente e que se hoje ainda estamos cobertos pelas ofertas que recebemos, estas ofertas claramente acontecem em detrimento das necessidades dos outros que não tem acesso as mesmas ofertas e que de verdade, tem ou teria o mesmo direito.

 

Reflexão! Qual é a sua escolha?

 

“Seja você a mudança que deseja para o mundo”.

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